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Evasão escolar tem aumento nos anos finais do Ensino Fundamental e pico na entrada do Ensino Médio

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Educa Mais Brasil (Divulgação)

A Fundação Roberto Marinho divulgou uma pesquisa sobre evasão escolar. O problema educacional é relacionado a fatores como gravidez na adolescência, necessidade de trabalhar, dificuldades logísticas, desinteresse e falta de expectativa com o futuro, segundo apurou o estudo. Nesse cenário, os jovens iniciando o ensino médio são os que mais abandonam as escolas.

- Quando olhamos a taxa de evasão ao longo das etapas de ensino, claramente observamos um aumento nos anos finais do Ensino Fundamental com um pico na entrada do Ensino Médio - destaca Katcha Poloponsky, especialista da Assessoria de Pesquisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho.

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Jovens de 15 a 17 anos fora da escola, sem ter concluído a Educação Básica, são cerca de 680 mil, o que representa 7,1% desta faixa etária, de acordo com a Pnad Contínua 2019. Na faixa etária de 19 anos, quando os jovens pobres sofrem mais pressão para trabalhar, a Bahia lidera o ranking de jovens que não concluíram o Ensino Médio, com 57,1%.

Norte e Nordeste do país são os estados mais afetados pela evasão nessa faixa etária. O melhor resultado é do estado de São Paulo, com 21,7% de jovens de 19 anos sem concluir o Ensino Médio. A média brasileira é de 36,5%.

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MOTIVOS
A Plataforma Juventude, Educação e Trabalho elencou os três principais motivos que fazem os jovens de 14 a 29 anos abandonarem as escolas ou não concluírem o Ensino Médio. 

  • Trabalho: 39,1% dos jovens brasileiros abandonam a escola para trabalhar, seja por pressão dos pais ou iniciativa própria para ajudar a família. No atual contexto da pandemia, três em cada dez jovens ouvidos pela pesquisa Juventudes e Pandemia do Coronavírus disseram que pensaram em não voltar às aulas ao final do isolamento social.
  • Falta de interesse: 29,2% dos jovens entre 14 e 29 anos revelaram não ter interesse em estudar. No entanto, para Mariana Polidorio, gerente de Relações Públicas do Instituto Sonho Grande, a falta de interesse não é sinônimo de não querer estudar ou preguiça.

- Que tipo de escola a gente está oferecendo para esses jovens? Como são as escolas de Ensino Médio e que tipo de ensino a gente está ofertando para eles? Um dos elementos para o abandono no Ensino Médio é a falta de clareza de para que aquilo está servindo para esse jovem - questiona.

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Para o professor de sociologia Rafael Santana, da rede estadual do Rio de Janeiro, o desinteresse reflete a importância dada pela sociedade à educação. Na opinião do docente, "os jovens não são diferentes dos adultos, eles aprendem a valorizar aquilo que veem sendo valorizado e a escola não é valorizada em si mesma por grande parte da sociedade".

  • Gravidez: 9,9% dos jovens de 14 a 29 anos deixaram de ir à escola por motivo de gravidez. Contudo, a gestação é vista nesse contexto como um evento não planejado ou fruto de uma violência e da ausência da educação sexual, conforme pontua a professora e ativista do Movimento Caos.A, Viviana Santiago.

Outro ponto de ressalva é que no recorte de gênero não há percentual de jovens do sexo masculino que deixam de estudar devido à gravidez da parceira.

PROVIDÊNCIAS
Para evitar o abandono escolar, instituições, educadores, sociedade e iniciativas privadas se mobilizam para traçar estratégias. Exemplo é o Instituto Sonho Grande, organização sem fins lucrativos que trabalha em colaboração com estados e terceiro setor para a melhoria da qualidade do ensino das redes públicas.

Em 2020, o grupo tomou a iniciativa de enviar frases de texto com motivações para mais de 15 mil estudantes de Goiás, para evitar a evasão escolar durante a pandemia. A intervenção teve um impacto de 43,7% na redução do abandono.

Já em São Paulo, a atibaiana Silvana Cotrim usa sua experiência como profissional de Recursos Humanos para ir nas escolas do município falar sobre a importância da educação. Durante a pandemia, a estratégia migrou para as redes sociais do Coletivo Negra Visão, para continuar incentivando os estudos mesmo sem o contato de antes e, também, para alcançar mais pessoas.

Há ainda, as bolsas de estudo disponibilizadas por programas privados de inclusão educacional em parcerias com instituições de ensino em todo o país, que oferecem descontos nas mensalidades para educação básica, ensino superior, cursos técnicos e idiomas.

*Com informações da Agência Educa Mais Brasil

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